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Gosto de palavras, das palavras, guardá-las para mim, na minha memória fraca. De saboreá-las e tragar o seu sabor na minha boca pequena, repeti-las, pensar noutras que se adequam. Amante, perdida entre elas, embrenhada como os meus dedos nos meus cabelos. Baralham-me o seu significado, por vezes, há tantas e tantas e eu não sei metade… Como é que pensam que uma palavra não faz diferença? É claro que faz, ou talvez seja picuise minha, ligar a estes pormenores.
O primeiro livro que me despertou o gosto pela leitura foi:” Danny, O Campeão do Mundo”, de Roald Dahl. Este livro porque foi o primeiro livro “a sério” que tive, foi-me oferecido e foi uma leitura em família. Fala sobre um menino que descobre uma outra face da vida do pai, as aventuras do pai. Retrata uma relação entre um pai e um filho, pois este é órfão, que juntos vão se apoiando e ensinando.
Equador não é apenas um livro, um mero livro, é um pedaço da nossa história em folhas de papel. O autor, Miguel Sousa Tavares, criou um enredo bem estruturado e bem pensado, que nós ao longo da leitura podemos acompanhar as personagens e quase nos parecem reais, em momentos parece que os estamos a ver passar na rua, quase que podemos ver os olhares, os medos das personagens, o calor abrasador de São Tomé e Príncipe e a paixão a desabrochar nas colónias.
O que me surpreendeu neste livro foi o facto de sentir um vazio quando acabei o livro, estava tão embrenhada na leitura que depois nas últimas páginas comecei a adiar o fim. Gostei e recomendo.
É tão fácil colocar rótulos e saem tão facilmente que chega a ser assustador, e depois que passa a hábito é difícil esquecer e não cair na tentação. Limitamos, reduzimos ao máximo, tiramos as partes boas e focamo-nos nas más, isso é que interessa. O meu vício é dizer o que está mal e de seguida dizer “fora isso, tudo bem”; mas é bom, não julguem, pensem comigo. Eu apesar de ver os defeitos também consigo ver as qualidades. Será que também não nos limitamos a ver as coisas menos positivas, perdemos os nossos olhos para dar ouvidos ao que sai da boca p’ra fora dos outros? Ou o contrário. Só vemos o lado espectacular, um todo intocável, todas as qualidades e dotes; o que desejávamos ser, mas no fundo não há pessoa perfeita, e ainda bem, nossa senhora, é que é um fardo para quem pensa e para quem é vítima, espectativas tão altas ninguém nunca as há-de ultrapassar. Ofuscados pela realidade absurda dos outros. Dos outros, exactamente, quem são estes outros? Nós nem sabemos, então porquê que nos preocupamos tanto com eles, os outros? Nem nomes têm, coitados, tanto podem ser a Maria, o Zé Manel, a Rita, o João ou a Joana, quem sabe?
E eu não disse que era o porto para as coisas fracas, não recebo as coisas boas, mas quando mudam o polo têm como destinatário a Sara. Mas o que é bom é que tenho no correio cartas. Mas porquê? Não me sai da cabeça. Porquê que para umas coisas sirvo e para outras não? Também não sei se realmente quero saber, tenho medo e agora só quero esquecer; como os sonhos que tenho e me esqueço ao acordar, mas também fica o medo quando temos pesadelos. É como nas minhas calças, tenho que comprar sempre o número acima e depois diminuir na cintura. Remedeios e compensações. Isto de compensar nem devia ser possível. Disseram-me hoje que o ser humano instintivamente tenta compensar os seus pontos menos bons. Mas é a realidade que mostra? É sem dúvida, mostra a inteligência, perspicácia, vontade de agradar, de adaptação, integração, o bem-estar consigo mesmo. Mas a minha pergunta é, porquê que não podemos simplesmente sermos nós mesmo? Bem, acho que cheguei à minha conclusão- ainda haveria muitas mais diferenças e apartes, isto porque nem todos são dotados das qualidades daqueles que aparecem nos filmes.
A banda que ultimamente me tem acompanhado é (que se façam ouvir os tambores) MUMFORD AND SONS. Eles têm um som muito diferente e característico, que foge à música comercial, atrevo-me a dizer que a música deles tem “personalidade” e o que me cativou logo foi a disposição dos membros da banda no palco, encontram-se todos à frente e não ser apenas o vocalista a ter “voz”.
É tempo de mudanças, tempo de apagar os rascunhos velhos. Nem sempre tenho tempo de fazer uns lembretes, nem sempre tenho espaço para escrever os meus pensamentos desordenados, resta-me relembrar mas não posso parar o tempo, o que faria se pudesse?! Nem sei se é bom pensar… Ou então reutilizar, mudar os trapos para coisas catitas, vou renovar as minhas palavras com uma ajudante. Não sei de onde partiu esta ideia, minha é certo, mas acho que foi a ansiedade de união, e o estranho é que é sempre a Liana que costuma ser mais agarrada a mim, mas pronto… Companheirismo, amizade, amor e maluqueira em conjunto.
Começo por contar como esta ideia surgiu, pois então vou começar: o projecto nasceu na cabeça da Sara, e deixo escrito que ela é a mais maluca e criativa. Somos irmãs de sangue e de coração, vindas da mesma barriga e ambas escrevemos e como tal diz assim a Sara:” e se criássemos um blogue juntas?” – uma ideia ao principio um pouco estranha, pois ambas gostamos da nossa privacidade e espaço, mas pensando uma segunda vez até me parece muito bem. Pensamos e vemos o mundo de maneira diferente, vai ser bom ter duas perspectivas, duas observações aqui, juntas sob o mesmo “tecto”.
Espero que gostem da nossa cooperação e união!
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