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Depressa virá uma tempestade que há-de estragar e fazer-me esquecer deste desvaneio. E aí começarei na base, sem sentir nada e sem sentir não mais. Tentarei enganar os outros como antes aconteceu, excepto àqueles que me conhecem.
E deixarei a porta aberta para tu me visitares mais vezes, afinal aquilo que vai, volta.
Este calor que atravessa a minha pele e logo se transforma em qualquer coisa que não sei o que é. Apenas posso dizer que não tive tempo para decidir se permitia ou não este sentimento. Mas logo morrerá, morrerá de fome. Não haverá uma despedida com lembrete na porta porque estava ocupado a deixar marcas profundas à superfície, no meu sorriso e nas minhas janelas da alma.
É a ânsia de mudança que atormenta os sonhos, a sensação de liberdade que preciso, sou um pássaro a quem lhe cortam as asas, constantemente. Estou encurralada numa gaiola. Quero sonhar, poder sonhar e falar à toa. Esta curiosidade que me mata. E se… o que faria … Dizem que para tudo há um contrário, a outra face da moeda. Pergunto-me qual o contrário de mais ou menos. Neste impasse, no tormento da incerteza.
Chega, chega de monólogos aborrecidos e frases danificadas de mentiras estampadas em folhas brancas, lisas de tudo. Chega de narcisismo, de solidão. Figuras de estilo que rodeiam as falam. Calem-se, cessem esses engenhos falsos, sedentos de provocações.
Vamos criar e multiplicar, amar e ajudar, expandir e rir, correr e conhecer.
Folhas verdes, vivas a alegrar o nosso horizonte. Vamos juntas ser selvagens e brutas. Más mas verdadeiras. Cabeças malucas e sonhadoras- para a minha sorte e felicidade eu tenho uma sonhadora eterna a abrir-me caminho para eu passar.
Nunca conseguimos ser só nós. Não há espaço. Vamos viajar.
Calhou a nós sermos nós, mas ninguém nos vai tornar num rio quando somos duas gotas da imensidão. Salgadas, saudosas e desconhecidas. Eles nunca irão ver o que eu vejo, aos meus olhos, a tua parte por revelar. Poesia e maresia. Noites de Inverno, manhãs de Verão. Pássaro fugitivo, mariposa que sobrevoa a luz. Mistura entre nacionalidades, entrelaçado de David e Judite. Pedaços de mim em ti, que ninguém jamais apagará.
Vamos ser tudo aquilo que ansiamos, juntas. Eu contigo. Sempre.
Sinto flores a esvoaçarem dentro de mim. Um ventinho bom que apaga vestígios do passado. Querem mais do que isto? não posso dar. Estaria a entregar-me integralmente.
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