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A ânsia corre dentro de mim. Quase que a sinto a pedir-me para andar, andar para a frente. Cheira-me a um novo ano, um ainda por escrever. Cheio de projectos e sonhos repletos de esperança.
Uma boa nova que nasce dentro de nós. E cultiva-se, cultiva-se o espirito até ao fim. Cheio de motivações e inovações. Mas isto sou eu a ser a esperançosa e crente, a positiva.
São meras as minhas palavras
As minhas palavras são enfeitadas e adoçadas com sorrisos e brilho. Com um cheirinho de esperança e doçura. O que mais posso dizer? Sorrio.
Sorrio e rio com os olhos. Verdes com pinceladas alaranjadas que me fazem lembrar a selva, um espirito indomável que ninguém mo tira.
Sejamos frontais, realistas, corajosos neste curto espaço enquanto eu escrevo e tu lês. Combinado? Pois cada vez mais devemos confrontar as nossas ideias, rascunhos que encontramos, fazer uma limpeza à alma com direito a velas aromáticas e tudo. Comecemos por dentro pois é o que importa. E mais tarde tratamos daquilo que os outros vêem. Não é engraçado, a minha professora diz sempre do geral para o particular.
Sou uma pessoa melancólica a escrever para depois de fechar o word puder ser uma pessoa com um sorriso aberto e acolhedor. Deixo as minhas mágoas, frustrações aqui, tudo escrito, para depois arquivar, assim como as tristezas. Puxões e rasgões deixam borrões nos meus textos, como se fosse a marca da chávena de chá sobre eles.
Apenas sinto o relevo das pessoas, a superfície daquilo que elas mostram. Depois tudo se desarma e montes são enraizados, altos e escuros. Tapam a vista e não deixam passar o sol. Tudo se abafa e fica enevoado. Os céus choram as minhas e as tuas tristezas, aquelas que carregamos. Matilha de lobos, somos nós. Juntos defendemos e atacamos. Ameaçamos e damos cabo uns dos outros. Longe de casa e rodeados por árvores, cheios de fome matamos. O nosso caracter animalesco condena-nos e as sinapses correm mais depressa que o desejo. Matamos no sentido de ferir os nossos para alimentar o lobo acorrentado que todos nós temos.
Depressa virá uma tempestade que há-de estragar e fazer-me esquecer deste desvaneio. E aí começarei na base, sem sentir nada e sem sentir não mais. Tentarei enganar os outros como antes aconteceu, excepto àqueles que me conhecem.
E deixarei a porta aberta para tu me visitares mais vezes, afinal aquilo que vai, volta.
Este calor que atravessa a minha pele e logo se transforma em qualquer coisa que não sei o que é. Apenas posso dizer que não tive tempo para decidir se permitia ou não este sentimento. Mas logo morrerá, morrerá de fome. Não haverá uma despedida com lembrete na porta porque estava ocupado a deixar marcas profundas à superfície, no meu sorriso e nas minhas janelas da alma.
Chega, chega de monólogos aborrecidos e frases danificadas de mentiras estampadas em folhas brancas, lisas de tudo. Chega de narcisismo, de solidão. Figuras de estilo que rodeiam as falam. Calem-se, cessem esses engenhos falsos, sedentos de provocações.
Vamos criar e multiplicar, amar e ajudar, expandir e rir, correr e conhecer.
Folhas verdes, vivas a alegrar o nosso horizonte. Vamos juntas ser selvagens e brutas. Más mas verdadeiras. Cabeças malucas e sonhadoras- para a minha sorte e felicidade eu tenho uma sonhadora eterna a abrir-me caminho para eu passar.
Sinto flores a esvoaçarem dentro de mim. Um ventinho bom que apaga vestígios do passado. Querem mais do que isto? não posso dar. Estaria a entregar-me integralmente.
"O coração da fêmea é um labirinto de subtilezas que desafia a mente grosseira do macho trapaceiro." - Carlos Ruiz Zafón, Sombra do Vento.
Deves estar a pensar que isto trata-se apenas de umas breves e simples palavras, e não te enganas. São, e são certeiras, bem em direcção ao alvo. Acho que as pessoas já te desmascararam e já começam a conhecer-te melhor e verdadeiramente. Sim, que quando se expõe e admite que tem e que há fragilidades e sentimentos, que ameaças realmente te ameaçam, a pessoa que pensa que todas vão passar, pisar, calcar até o que estava já não exista. Pois então tudo o que te faz vulnerável aos olhos dos outros, dos estranhos, dos que querem luta com falsas acusações, que se acautelem pois a D. Sara é perigosa e amorosa. Cruelmente simpática e com boa educação.
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